Não gosto muito dessas capacitações e confraternizações. Alguns se reúnem para fofocar e sai cada conversinha besta.
Na quinta, um funcionário foi promovido para coordenador e deu um show de palestra. O cara parece um palhação. Sinto como se ele tivesse rindo o tempo todo. Até nos momentos mais sérios. Me surpreendi com o carinha. Um trintão gordinho que parece ser gente fina. Acho que tem a mente aberta para certos tipos de preconceitos. Espero que também não faça parte da turminha de homofobicos.
Sentei os três dias na mesa com o homem das cavernas. O cara apesar de ogro, é uma simpatia. Muito sério. Quase não ri. Mas me deixa tranquilo. É o tipo de homem pra vida toda.
Hoje, uma funcionária que conheço à três anos, perguntou se eu estava namorando. Eu disse que mais ou menos. Só nos fins de semana. Quase na hora de ir embora, ela perguntou novamente se eu tinha alguém, visto ter uma funcionária a fim de mim. Disse que já era comprometido e não dei nenhuma esperança. Acho que ela vai passar o recado para a mina, não sei se ela vai entender.
Às vezes penso se não seria mais fácil em contar sobre minha sexualidade. Passei a vida todo reprimido em vários os sentidos. Tive uma criação a ferro e fogo. Não tinha chance para nada. Pensei que um dia fosse me libertar disso tudo, tirar essa angústia do peito, mas nada de novo aconteceu. Queria me libertar que nem a música do Christian Chavez. Beijos nos seus pezinhos lindos.
Tenho orgulho e um pouco de inveja por você ter tido a coragem de sair do armário. Às vezes tenho vontade de arrumar a mala e ir embora para bem longe! Queria morar na Gaylândia.
Por outro lado, penso na barra que vou ter que enfrentar. Por mais que algumas pessoas comentem sobre minha sexualidade, sempre há aquela dúvida. Será que ele é?
Tive uma colega a tempos atrás que ficou tão obcecada por mim, que foi um dia na porta da minha casa de madrugada levar uma carta de amor. Tive problemas sérios com ela.
Esse dilema de sair ou não do armário enfrento a tempos. Cada dia que passa a vida vai ficando mais pesada. Evito almoços em família por não ter que dar satisfação para os parentes sobre a minha vida sexual.
Minha mãe é viúva há anos e nunca arrumou ninguém. Por que eu também não posso ficar sozinho? Meu avô ficou viúvo a pouco mais de um ano e está doido para casar. Ele não entende como eu posso querer ficar sozinho?
A única coisa que tenho certeza é, que se eu sair do armário, vou enfrentar uma barra terrível. Em compensação, sei que me sentirei mais aliviado.
O que fazer, então? Eis a questão!
Beijos nos pés!
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