terça-feira, 10 de setembro de 2013

No Caminho, com Maiakóvski


Estive em Niterói nas férias e acabei me apaixonando. 

Sempre tive muita curiosidade em conhecer o lugar por causa de muitos artistas que são de lá.



Além dos atores famosos, conheci um escritor e poeta brasileiro chamado Eduardo Alves da Costa.


O que se conhece de livros didáticos e internet é apenas um fragmento, mas que de tão forte e belo, pode ser lido como se fosse um poema independente.


Eis o fragmento de Eduardo Alves da Costa:

No caminho, com Maiakóvski
“[...]
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.

Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.

Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
[...]”

Eduardo Alves da Costa nasceu em Niterói (Rio de Janeiro) em 6 de março de 1936.

Graduou-se no curso de Direito na Universidade Presbiteriana Mackenzie em 1952. Organizou, em 1960, no Teatro de Arena (São Paulo), uma das mais instigantes atividades culturais do período, as Noites de Poesia, em que eram divulgadas as obras de jovens poetas. Participou do movimento Os Novíssimos, da Massao Ohno, em 1962.

O poema mais popular do autor, No Caminho, com Maiakóvski, escrito na década de 1960 como manifestação de revolta à intolerância e violência impostas pela ditadura militar, foi envolvido em uma série de equívocos quanto à atribuição de autoria. 

Para alguns, o texto era do poeta russo Vladimir Maiakóvski

Para outros, o verdadeiro autor era o dramaturgo alemão Bertolt Brecht.

Durante a campanha das Diretas Já, o poema virou símbolo na luta contra a ditadura, aparecendo em camisetas, pôsteres, cartões postais, sendo quase sempre associado ao poeta russo ou ao dramaturgo alemão. 

Com a introdução da internet no país, o equívoco massificou-se. 

De acordo com Costa, o engano surgiu na década de 1970, quando o psicanalista Roberto Freire incluiu em um de seus livros o poema, dando crédito ao escritor russo e citando Costa como tradutor. 

Entretanto, o autor diz não se arrepender de ter utilizado o nome do autor russo no poema.

Dedico o post de hoje ao brilhante escritor e poeta Eduardo Alves da Costa.

Beijos nos pés!

Fonte: Wikipédia.