Quando o busão chegou, entrei e
fiquei no fundo. Fiquei em pé ao lado de uma senhora que segurava o neto no
colo. Conversava com outra senhora e falava alto. Ela estava falando sobre o
seu problema de gagueira.
Disse que trabalhou com uma patroa que tinha um filho
que estudou até no exterior, mas que também era gago. Falou do desrespeito de
um médico que ficou rindo do jeito dela falar. Ela disse que falou para o
médico que ele não era perfeito, que era careca e gordo.
Contou sobre um amigo
que riu de um cara gago e que levou uma cacetada com uma barra de ferro na
cabeça. Depois o gago ficou arrependido e foi visitar o carinha espancado. Aí descobriu
que o cara que tinha apanhado também era gago. Acho que acabaram ficando
amigos. Falou
que tinha uma filha que não era gaga e que ficou assim depois de um grande trauma.
Disse que
foi muito maltratada pelo pai e acabou ficando traumatizada. Falou bastante
coisa de sua vida e depois desceu. Pensei bastante em suas palavras e concordo
que todos têm defeitos. Comentou que o pior defeito são as pessoas que não têm
caráter. Olha que lição de vida!
Quando entrei no vagão do trem,
percebi que um carinha me olhou. Acho que gostou de mim. Quando fui descer para
fazer a troca do trem em Francisco Morato, ele ficou me encarando. Era até
bonitinho, mas tinha uma barba de Bin Laden. Tirou o meu tesão. Gosto de homens
com barba por fazer, mas barba muito grande não.
Cheguei
na Barra Funda e tomei o metrô até a Sé. Andei um pouco pela 25 de março que
estava lotada. Quase fotografei um carinha de chinelo, mas não deu. Fui ver uma
exposição, mas a fila dava voltas. Então piquei a mula.
Resolvi
ir assistir um filme de terror. Se chamava A Casa Silenciosa. Tomei uns bons
sustos. O filme foi fraquinho, mas adorei mesmo assim. Quando entrei, só tinha
um gordinho na última fileira. Puxou conversa comigo. Conversamos sobre filmes
de terror que ele também adora.
Depois
passei na galeria do Rock e vi muitas pernas grossas e peludas. Estava cheio de
gente e não deu para clicar ninguém. Alguns estavam de chinelo. Muitos pés
deliciosos.
Passei
numa banca e comprei alguns livros de promoção. A volta foi tranquila. Vim em
pé lendo minha revista. Não prestei muita atenção se tinha pezões à mostra.
Cheguei
em minha cidade e tomei o busão para minha casa. Comi e assisti um pouco de TV.
Depois fui dormir.
Beijos
nos pés!
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