3 de Janeiro:
Durante a noite choveu e o tempo amanheceu ameno. Mesmo assim vesti
apenas uma camiseta porque fazia sol. Desci a avenida e fui fazer hora no
shopping. Quando saia cedo, sempre ia ao shopping para me refrescar.
Depois fui
até um restaurante que vendia comida vegetariana. A única coisa que senti falta
era do feijão. Às vezes eles tinham salada de feijão branco.
Depois fui até Palermo. Desci e comecei a andar sem rumo. Fui até um
mercado grande chamado Jumbo e comprei algumas coisas.
Passei por praças e um Centro
Cultural Islâmico. Fiquei com muita vontade de entrar, mas não sei se podia
fazer visita. Então fui embora.
Depois continuei andando sem rumo e nem direção e acabei dando de
encontro com o famoso Hipódromo de Palermo. Foi minha primeira grande emoção em
solo portenho.
Aquela arena com belíssimos cavalos foi demais! A primeira
corrida me deixou todo arrepiado. Gravei alguns vídeos, mas de tanta emoção,
acabei esquecendo de tirar o fone de ouvido. Deixando o vídeo sem som.
Os
guichês de apostas estavam sempre cheios de gente. Não sei qual é o melhor
dia para assistir uma apresentação, mas esse dia era uma sexta. Fiquei a tarde
toda lá e entrei pela noite. Acho que saí depois das oito da noite.
Se pudesse
tinha dormido lá junto dos cavalos que eram bem limpinhos.
Fiquei numa arquibancada de concreto junto com o pessoal mais humilde.
Os grã finos ficavam na parte de cima olhando pelas janelas de vidro. Tinha
gringos de todos os jeitos. Muitos pés e pernas de fora. O sol estava
queimando, então o pessoal só usava bermudas.
Muitos chinelos, pernas grossas e
peludas.
Apesar de não conhecer muito bem o espanhol, percebi que tinha sotaques
diferentes, igual ao nosso povo. Argentinos, chilenos e bolivianos falavam cada
um de uma forma. Bolivianos e chilenos falam um pouco mais rápidos que os
argentinos.
Depois das seis começou a encher de gente. Tinha muitos idosos lá no
hipódromo, mas a maioria era homem. As mulheres eram mais turistas. Muita gente
ia lá para apostar e passar o tempo. Durante a corrida é uma barulheira danada. Cada qual tem o seu preferido.
Depois da corrida, algumas pessoas corriam
para o pódio para tirar foto com o cavalo vencedor e o cavaleiro. Todos eles
eram bem baixinhos. Acho que eu dava para ser cavaleiro.
Mesmo quando perdiam, os
apostadores levavam na esportiva. Pelo menos os que apostavam pouco.
Enquanto olhava as corridas, reparei que tinha umas aranhas que andavam
pelo meu corpo.
Reparei que a casa delas ficava numa marquise, bem no alto.
Elas desciam e ficavam andando pelas arquibancadas. Deixei uma andando pelo meu
corpo e depois fiquei com marca vermelha por onde ela andou. Pensei que fosse
virar o spider-man.
Depois de muito tempo, resolvi ir embora porque já começava escurecer.
Eu queria ir para o metrô com o dia claro. Então tomei o metrô e no
meu vagão foi um violinista tocando uma opereta.
Foi muito emocionante, mas o
pobre recebeu pouca gorjeta. Desci na porta de casa.
Tomei banho, fui comer minhas frutas enquanto conversava com os
brasileiros. Depois fui para o quarto e assisti ao noticiário na C5N e depois
fui dormir pensando nos cavalinhos.
Estava 17º C. Foi a temperatura mais baixa
durante a minha estadia em Buenos Aires.
Amanhã conto minha visita a Casa Rosada, a Catedral Metropolitana e a
emoção de assistir a missa.
Beijos nos pés!
Centro Cultural Islâmico
Vídeos do Hipódromo