sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Parrudo

Um ano depois que mudei para cá, tive que trabalhar numa cidade próxima daqui. A cidade era bem pequena. A impressão é que todos se conheciam. Daquelas do tipo que, quando você passa na rua, todos já sabem de sua vida. Mesmo assim, sempre me mantive o mais discreto possível.

Quando foi no meio do ano, um funcionário se mudou para São Paulo e arrumaram outro para ocupar o lugar dele. As pessoas já estavam acostumadas com o funcionário antigo e relutaram o máximo em se aproximar do novato. O cara era gente boa. Fui um dos primeiros a fazer amizade com ele.

Senti que as pessoas se incomodavam um pouco com ele. Não sei se porque ele era cabeludo. De qualquer maneira, foi amizade a primeira vista. Apesar da boca carnuda, o cara não tinha nada que me agradava. Seus cabelos eram abaixo dos ombros, e para piorar, não tinha os pés bonitos. Uma vez ele veio com uma sandália social de couro, mas não senti nem tesão pelos pés dele. Sempre que gosto de alguém como amigo, não consigo sentir atração física nem pelos pés. Ainda bem!

Com o tempo, ele foi conquistando algumas amizades. Então começaram a chamar ele de parrudo. Porque ele era grande e desengonçado. Eu sempre o chamei pelo nome.

Ele morou fora um tempo para fazer faculdade e depois resolveu voltar para a cidade, pois seus pais moravam lá. Ele também voltou porque tinha uma noiva. Também tinha ganhado um apartamento novinho na avenida principal da cidade e um carro, depois que acabou a faculdade. O cara era filho único.

Amanhã conto mais sobre ele.

Beijos nos pés!

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