quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Praça da República

Certa vez, sai da última sessão de cinema do cine Marabá. Na volta para casa, passei pela praça da República. Avistei uns carinhas fazendo ponto. Tive um pouco de curiosidade. Ainda era virgem. Tinha curiosidade em saber sobre a vida desses caras. Conheci um coroa. 

Ele disse que era um pouco difícil de fazer programa, pois tinha que concorrer com os mais novos. Ele disse que o único trunfo dele era que tinha um pau grande e grosso. Depois de um tempo, ele conseguiu sair com um carinha que tinha parado o carro.

Logo depois disso, sentou um carinha lindo do meu lado. Disse que estava esperando um cliente. Disse que só fazia programa com encontro marcado pelo celular. 

Que não gostava de ficar parado na praça pois era muito perigoso! Depois de um tempo proseando, o cliente dele chegou. Nos despedimos e ele entrou no carro importado. Não sei se o cliente era coroa, mas era bem rico.
Enquanto ia para casa, encontrei com outro carinha. Era um morenaço, quase mulato. 

Tinha cabelos lisos. Era grandão. Disse que morava em uma pensão e que fazia programa para pagar o aluguel e comer. Me contou que usava drogas. Gastava quase tudo em drogas.
Teve uma hora que parou um carro e ele foi atender. Na volta, perguntou se eu não tinha coragem de fazer um programa com ele. 

Um “ménage à trois”. Eu disse que não! Ainda era virgem e não queria perder minha virgindade daquele jeito. Fiz amizade com ele interessado somente em saber curiosidades sobre a vida dos caras. Pensei até em escrever um livro sobre a vida desses garotos de programa. 

Resolvi escrever sobre eles na época que Bruna surfistinha escreveu o livro dela. Queria escrever sobre os surfistinhas de calças, mas desisti da ideia.
Voltei lá outra vez e ele não estava. Nesse dia, procurei ele para conversar e de repente, um maluco começou a forçar a barra comigo. 

Disse que cobrava para mim apenas dez reais. Que iria me comer gostoso. Então disse que não era cliente e que também fazia programa para ver se o cara me deixava em paz. O cara não acreditou muito e não largou do meu pé. Tive que sair correndo. Fiquei com medo do cara abaixar minha calça e me comer no meio da rua mesmo!

Nunca mais voltei lá! O carinha que tinha feito amizade, nunca mais o vi. Sabe deus o que aconteceu com ele. Ele disse que usava drogas pesadas. Espero que esteja bem!

Assim como a Bruna, muitos outros já saíram dessa vida.

Beijos nos pés!

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