sexta-feira, 8 de julho de 2011

Minha querida Consolação



Teve uma época da minha vida que fui morar com uma tia, visto ficar mais próximo da faculdade. Morava na Consolação, bairro nobre de São Paulo. 

Lembro-me das festas que o Mackenzie fazia no começo no ano para desejar boas vindas aos calouros. 

Gostava de frequentar os cinemas, Cine Belas Artes, que passavam filmes estrangeiros em vários idiomas. Também ia no Cine Olido, Cine Metro, Cine Marabá e Cine Ipiranga. 

A praça dos skatistas era tudo de bom. As Marias chuteiras e parafinas que me desculpem, mas os skatistas são uns gatinhos. Sempre que ia ao mercado próximo da quadra dos skatistas, via alguns deles fazendo suas manobras radicais. 

Podia ter comprado meu skate naquela época e aproveitado para aprender com aqueles carinhas. Às vezes eles tiravam o tênis para descansar um pouco os pés e eu ficava só de olho vivo neles.

Aqueles pés recém saídos da adolescência. Tinha alguns tiozinhos, mas todos eram da hora. 

Frequentava também a igreja Nossa Senhora da Consolação. Ia aos domingos de manhã. Havia poucos jovens, não deu para me enturmar com ninguém.

Não sei se havia encontros de jovens, só sei que me sentia muito só, principalmente quando ia sem minha tia. 


Depois da igreja, dava uma passada na feira e flertava com o filho do dono de uma banca de frutas. Pena que não rolou nada. O rapaz tinha umas pernas e uns pés deliciosos. Pele morena bronzeada de sol. Consegue imaginar?

A festa acontecia no reveillon. A Corrida de São Silvestre passava na rua do meu prédio. Imagine uma muvuca de gente, passeando de pernas e pés de fora. 

Além dos participantes, tinha o público que acompanhava e fazia a maior festa. 

Festa fazia eu, diante de tantos pés deliciosos. A gurizada era tudo de bom. Às vezes ainda passo lá para acompanhar a corrida de perto e aproveito para ficar para o reveillon da Paulista.
A lembrança mais notória que tenho, era da Rua Frei Caneca que fervia toda noite, com os travestis fazendo programa. Também lembro dos vizinhos em frente ao meu prédio. Já os vizinhos do meu prédio, não os conhecia.


Lembro duma festa que teve no apê em cima do meu e fui olhar pela janela. Estiquei-me para olhar e vi uns carinhas fazendo algazarra pela janela querendo chamar a atenção. Eram uns gatinhos.

Pelo menos minha atenção eles conseguiram. Fiquei imaginando aqueles guris só de bermuda e chinelo. Quantos pés deliciosos!

Beijos nos pés!

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